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- Escuridão. Demorou algum tempo até Artúria conseguir acender seu lampião para conseguir ver o corredor que se estendia a sua frente. Mesmo estando no subterrâneo, o corredor possuía saídas de ventilação que faziam que uma forte corrente de ar corresse por ele. O corredor levava a um salão cheio de portas que levavam a mais corredores, ali naquela área o vento era mais brando e menos gélido.
Artúria removeu o capuz que estava sobre sua cabeça e deixou seus cabelos loiros dançarem na suave brisa. Os traços finos de seu rosto eram alisados pelo trepidar da chama do lampião, dando aos seus olhos verdes um ar de mistério, uma pena que não havia alma ali para apreciar a beleza efêmera da guerreira. Ao remover o capuz, Artúria olhou ao redor procurando alguma indicação do caminho correto. Teoricamente a partir dali deveria ser caminho desconhecido, mas Artúria mantinha em seu peito a sensação de que ladrões de tumba já haviam passado ali. Ela não tinha provas, mas sua intuição raramente falhava.
Após analisar as opções de passagens que tinha, Artúria percebeu que algumas tinham sinais mais recentes de desgaste que outras. Isso fundamentava o fato que ela não era a única visitante atrás dos segredos dessa ruina. Artúria decidiu averiguar as passagens que tinham traços de visita mais recente, pois ela não queria ser surpreendida enquanto explorava ou enquanto lia os possíveis documentos que havia vindo encontrar.
Mantendo o lampião com luz baixa em uma mão e uma espada curta na outra, Artúria avançava cautelosamente, buscando quaisquer sinais que indicassem a presença de qualquer coisa. Para a felicidade de Artúria, os dois primeiros corredores que investigara levavam a uma espécie de armazém onde diversos tipos de suprimentos haviam sido armazenados.OST - ouvir enquanto lê: Light Comes Before Dark
O fato curioso era que esses suprimentos eram coisas recentes e ainda estavam claramente sendo usados. Isso indicava que as ruinas haviam sido descobertas por alguém e que esse alguém ainda estava usando-as.
Após explorar mais algumas horas e não encontrar nada, Artúria chegou a conclusão que quem quer que fosse que estivesse usando as ruinas, provavelmente não estava ali na hora. Sentindo o cansaço pesar no corpo, ela se escondeu nos armazéns dentre as grandes caixas de pedra polida e lá adormeceu envolta de sua capa para não sentir frio.
Artúria despertou com o som de vozes se aproximando. Ela tinha sono leve e estava alerta, após tomar um pouco de água do cantil que trazia consigo, ela se sentiu desperta o suficiente para ir encontrar o que quer que estivesse naquelas ruinas. Movendo-se cautelosamente, Artúria chegou ao grande salão que dava acesso aos diversos corredores e lá encontrou um grupo misto de humanos e norns, todos devidamente equipados para o frio, mas não equipados para uma luta. Acompanhando-os com o olhar, Artúria viu o grupo sair por onde ela havia chegado. Isso dava a indicação que havia uma outra entrada em algum outro lugar.
As vozes do grupo se afastaram e o silencio imperou novamente nas ruinas gélidas. Artúria retornou a sala do armazém e procurou fazer uma refeição com os suprimentos que ali estavam, evitando gastar os seus. Após a refeição ela seguiu por um dos corredores que não havia explorado antes. Diferente dos demais, este corredor dava acesso a várias pequenas salas onde ela encontrou sinais de acampamento recente, indicando que aquele lugar era usado como bases de operações, e pelo número de coisas espalhadas dava-se a entender que era um grupo numeroso.
O corredor levava a um aparente beco sem saída, mas a parede que se apresentava no fim do corredor tinha uma leve brisa passando por ela, demonstrando que era de fato uma porta. Não havia nenhum sinal de abertura para usar alguma espécie de chave, então era provável que essa porta funcionasse com algum esquema de alavanca. Artúria correu de volta para o salão e entrou no último corredor que ainda não havia explorado. Este corredor tinha uma forte brisa gélida levando para o exterior.
Ao chegar no que parecia ser uma espécie de guarita, Artúria encontrou alguns documentos, visualmente copiados de documentos mais antigos, que demonstravam uma espécie de planta com diversos caminhos e alavancas mudando a posição de portas. Artúria presumiu que fosse um mapa da ruina em que estava. Ela decidiu levar consigo o mapa e terminar sua exploração sem ser notada, claro que cedo ou tarde iriam descobrir que ela havia levado os mapas, mas nessas horas ela já esperava estar longe dali.
- Spoiler:
- O corredor levava a uma grande área aberta com escadas que levavam mais ao fundo. Conforme ia avançando, Artúria percebia que casas e outras edificações haviam sido erguidas nos barrancos dentro da montanha. Aparentemente aquela depressão dentro da montanha era antiga, mais antiga do que os humanos que aqui vieram montar sua cidade.
Pensando objetivamente, não havia como os humanos criarem uma cavidade tão grande dentro de uma montanha, eles não tinham conhecimento para isso. Isso fazia Artúria pensar a respeito enquanto andava na direção do centro da cidade, quem havia feito essa montanha oca? Várias possibilidades se apresentavam, mas todas igualmente improváveis. Artúria pensava em atribuir tal feito a providência divina, mas novamente, por que os deuses fariam algo assim? E pensando ainda nesse tema, por que não existem registros em livros sagrados?
Deixando suas ponderações de lado, Artúria havia chegado a praça centro da aparente cidade. Observando a arquitetura, ela podia notar que haviam semelhanças com a capital dos humanos. Isso mostrava que, baseado na arquitetura, Artúria poderia navegar essa cidade. Bastava procurar similaridades entre a construções aqui presentes e aquelas na capital humana. Assim sendo, Artúria decidiu procurar por qualquer construção que parecesse uma residência oficial ou alguma biblioteca do tipo.OST - ouvir enquanto lê: Null Presence
Passados mais alguns momentos, Artúria estava em frente ao que parecia ser o prédio onde o líder vivia. Era uma construção com detalhes um pouco mais bem trabalhados que as demais e era consideravelmente maior, visto que o prédio ainda estava em boas condições Artúria presumiu que o grupo que viu anteriormente não costumava descer até ali.
Adentrando a construção, Artúria seguiu direto para a sala de estudo e começou a escrutinar os documentos atrás de alguma pista. Ela observou entradas de suprimentos, livros de contagens, diários de reuniões, mas nada que remetesse ao seu objetivo. Artúria abandonou a construção e seguiu em direção ao que parecia ser uma biblioteca ou uma espécie de centro cultural. Enquanto caminhava, Artúria sentiu que não estava sozinha, pois havia ouvido sons e estalos metálicos.
Desembainhando sua espada, Artúria prosseguiu com máxima atenção até ouvir os estalos novamente. Ao se curvar sobre uma esquina ela conseguiu ver que a origem eram dois humanos levemente armados fazendo rondas. Era óbvio pela postura deles que o trabalho era monótono e eles não haviam percebido a presença de Artúria ainda. Normalmente ela teria passado sem causar comoção, pois se matasse os dois aqui, era possível que alguém estivesse esperando o relatório deles e mandasse mais pessoas atrás dos dois desaparecidos. O problema era que eles estavam entre Artúria e a edificação que ela procurava. Esperar os dois andarem em outra direção era arriscado, pois ela não sabia se outra patrulha existia e também isso levaria tempo demais, visto que os dois que acabara de encontrar estavam praticamente se arrastando.
Decidindo resolver as coisas rapidamente, Artúria correu na direção da dupla e quando os guardas se viraram para ver quem era, ela executou uma corte horizontal alto decapitando os dois guardas com um golpe rápido e limpo. Ela era uma guerreira treinada e veterana, não havia chance para eles. O sangue manchou a neve e Artúria decidiu pelo menos esconder os corpos. Forçando a porta de uma casa próxima a se abrir, ela jogou os cadáveres e suas cabeças decapitadas lá dentro e procurou cobrir o sangue com mais neve. Batedores obviamente reconheceriam o trabalho apressados, mas Artúria contava que esse grupo que guardava as ruinas não tivesse um.
Adentrando a aparente biblioteca, Artúria foi recebida por estantes e mais estantes de livros. Ela jamais teria tempo para vasculhar tudo aquilo, então ela seguiu para o balcão mais próximo procurando alguma espécie de índice que pudesse facilitar o filtro de informações.
A edificação era perfeitamente quadrada e em cada um de seus cantos havia um balcão contendo vários livros e documentos com informações sobre o conteúdo guardado ali. Os dois primeiros balcões só continham informações desnecessárias sobre a geografia local e sua fauna e flora, mas no terceiro balcão que estava no fundo Artúria encontrou um índice sobre lendas e convenientemente sobre forja utilizando os materiais da área. Usando o índice como guia ela pegou todos os livros a respeito e os colocou em sua bolsa.
Quando se aproximou da saída, Artúria sentiu seu sentido de perigo disparar. Olhando através de uma brecha da janela, ela viu cerca de vinte humanos, todos armados e procurando na área. Eles ainda não tinham aberto a casa onde os corpos estavam, então ainda não haviam se dado do conta de ela estava. Artúria até poderia tentar enfrentar esse grupo, mas o local não era adequado e as chances de algo sair errado era consideráveis.
Invés de lutar, Artúria resolveu sair pelo segundo andar. Ela abriu uma das janelas e saltou na direção da varanda de uma casa próxima. Utilizando uma escada próxima ela chegou ao telhado e daí começou a correr e saltar de telhado em telhado na direção da escadaria que levava de volta ao pequeno labirinto onde estava anteriormente. Artúria intencionalmente tentou usar os caminhos mais longos para evitar ser vista por alguém em algum momento.
- Spoiler:
- OST - ouvir enquanto lê: Prophecies
Enquanto saltava por entre os telhados notou que havia muitos humanos naquelas ruinas, mais até do que um grupo de ladrões de tumba teria. Alguma coisa estava errada.
Artúria avistou um arqueiro inimigo subindo um telhado próximo. Utilizando o pretexto de evitar ser vista e soar um alarme, Artúria saltou na direção dele e o matou com um golpe rápido no pescoço assim que ele terminou de subir. Ela segurou o cadáver para que o mesmo não caísse no chão e gerasse alarde. Ao revistar o corpo do morto, Artúria percebeu que se tratava de uma organização grande. Havia um emblema da Lion’s Arch usado como distintivo nas roupas do morto.
Provavelmente era falso, mas isso indicava uma organização grande operando pela sombra da companhia de troca. Não havia nenhum documento ou item relevante no morto, mas isso era esperado, ninguém em sã confiança dá documentos importantes a meros soldados bucha de canhão. Artúria confiscou o emblema falso.
Existe a possibilidade de descobrir quem o fabricou e talvez identificar quem está agindo nessas ruinas e possivelmente descobrir seus objetivos. Uma coisa no entanto ficou clara: O acesso as essas ruínas é recente, visto que Artúria foi a primeira a encontrar os documentos. E além disso, as edificações mais ao fundo ainda pareciam não ter sido vistoriadas. Isso removia a chance de ser apenas roubo de tumba. O grupo que aqui estava era possivelmente uma vanguarda exploratória que deveria tomar o terreno e garantir a segurança do ambiente para depois um time de especialistas chegar e examinar o lugar.
Dito isso, quantas facções humanas tinham poder para tal ato?
Artúria resolveu deixar seus pensamentos de lado e continuar em frente. Ela precisava sair dali, pois a cada segundo que passava ali, mais a rede de patrulhas se expandia e as chances dela ser vista aumentavam. Artúria conseguiu chegar na escadaria que levava de volta ao labirinto de onde viera. Ela aproveitou para vestir a capa do soldado que havia matado e colocou o emblema falso da Lion’s Arch no peito para se disfarçar.
Usando o capuz para cobrir o rosto ela subiu as escadas esperando encontrar pelo menos uma guarnição atenta na parte mais elevada. Ao chegar novamente a intersecção que levavam a diversas salas, Artúria reparou que a segurança estava bem mais rígida. Invés de tentar sair por onde havia entrado originalmente, ela procurou usar a saída que os demais estavam usando.
Enquanto se dirigia a guarita que guardava a saída até a superfície, Artúria notou que os demais membros da “expedição” lançavam olharem a ela. O disfarce não iria durar muito mais, por isso ela já começou a bolar alguma maneira de despistar um eventual questionamento. Lutar em um lugar apertado não seria a coisa mais sensata.
Ao finalmente chegar a guarita, um homem alto e de aparência forte chamou Artúria perguntando qual era a identificação dela e de onde estava vindo.
-“Senhor...”, ela começou –“Meu nome é Vivian e eu venho com um relatório do grupo de exploração mais avançado. Foi encontrado um corpo de um dos nossos dentro de uma casa e no caminho para cá, mais um cadáver foi encontrado em cima de um telhado perto da grande escadaria.”. Artúria tentou ser o mais vaga possível para evitar cair em algum erro.
A expressão do homem escureceu e ele acenou positivamente com a cabeça como se estivesse dando a entender que havia recebido o relatório. Ele se virou para os homens atrás dele e ordenou que todos que os membros no interior fossem revistados e todas as casas perto da grande escada fossem procuradas.
Artúria aproveitou esse momento para seguir até a escada e chegar até a superfície. Durante a subida ela ouviu um dos soldados informar o homem que provavelmente era um capitão de que não havia ninguém com o nome de Vivian entre eles. Artúria acelerou a subida e ao chegar no topo golpeou a escada de madeira com a espada para atrasar quem estivesse seguindo-a. Imediatamente ela começou a correr montanha a baixo. Correndo por entre as árvores, ela procurava se manter fora de vista.
Seu objetivo agora era chegar até Wayfarer Foothills e de lá traçar novos caminhos.
- Spoiler:
- Flechas zuniam por entre o ar, cortando a noite em busca de seu alvo. Uma sombra corria por entre as árvores, fugindo da saraivada que vinha do céu. Quando o as flechas pareciam certeiras, o brilho do aço reluzia com a luz da lua e as flechas eram repelidas com graça e elegância. Poucos combatentes podiam dizer possuir a destreza para repelir flechas em pleno voo, mesmo dentre estes, Artúria estava cabeça e ombros acima dos demais.
Artúria havia sido emboscada na saída de Frostgorge Sound e agora corria pela neve de Wayfarer Foothills em busca de abrigo. Os tolos que tentaram combate direto com ela tiveram seu fim anunciado pela lamina elegante da espada de duas mãos que Artúria carregava. Ela tinha outras armas consigo, mas a espada de duas mãos era aquela com qual sua maestria era verdadeiramente exibida. Dos dez que tentaram ataca-la, apenas dois fugiram e assim o fizeram por que ela estava cansada demais para persegui-los.
Ela se dirigiu a uma estalagem próxima e procurou pelo menos comer e descansar um pouco. Ela não era tola de achar que os inimigos não voltariam, mas ela precisava descansar. Havia a possibilidade da patrulha que ela despistou em Frostgorge ainda estar atrás dela. Artúria dormiu por cerca de quatro horas e percebeu que a noite se aproximava. Ela aproveitou a cobertura da noite para sair.OST - ouvir enquanto lê: The Blade's Course
Originalmente ela tentou ir para o sul para tentar despistar os inimigos ao entrar em Hoelbrak, mas ela foi surpreendida ao encontrar todo um batalhão de homens vindo justamente de lá. Para piorar, dentre eles estavam os dois que haviam fugido mais cedo. Artúria não perdeu tempo e correu para o leste, na direção Diessa Plateau.
Os inimigos haviam vindo preparados para invadir um castelo, aparentemente. Arqueiros, usuários de magia e guerreiros com armadura pesada. Considerando que o oponente deles era apenas uma guerreira cansada, com certeza era um exagero. Os arqueiros lançavam onda atrás de onda de flechas na direção de Artúria que volta e meia precisava se virar parar aparar os projéteis e isso permitia que os guerreiros mais pesados se aproximassem.
Os dois primeiros que se aproximaram portavam espada e escudo. Eles estavam correndo parelhos com Artúria e esperando uma brecha para atacar. A brecha veio quando uma nova onda de flechas caiu sobre eles. Os guerreiros ergueram seus escudos e as flechas bateram inofensivas nas placas de aço reforçado, Artúria teve de executar um arco no ar com a espada para gerar uma parede de vento para bloquear as flechas e nesse instante seus adversários investiram.
As investidas era dúbias, mas a situação lhes conferiam vantagem. Artúria se esquivou do primeiro jogando o corpo para o lado, mas fora forçada a aparar o golpe do segundo com a espada. Era um golpe pesado, e apesar de Artúria ser forte, o peso do oponente fez seu golpe ficar mais pesado do que ela podia aguentar. O impacto a jogou alguns metros na frente e ela aterrissou de costas na neve.
Por reflexo, ela rodou o corpo para a esquerda e em seguida saltou, ficando novamente em guarda. Instantes depois as duas espadas vieram de novo, juntas desta vez. Artúria afundou os pés na neve e bloqueou os dois golpes com a base da espada. O som do metal ecoou pela terreno branco. Desta vez ela estava com a postura firme e sua defesa foi perfeita, os inimigos foram repelidos sem que ela fosse arremessada pelo peso de seus golpes. Não havia mais flechas caindo do céu, então Artúria tomou a iniciativa para contra-atacar.
Com graça ela investiu contra o primeiro inimigo. A espada curta do adversário tentou lhe impedir, mas com golpe diagonal de baixo para cima e da direita para esquerda ela desarmou o cavaleiro. Utilizando a inercia do movimento, Artúria fez o mesmo golpe, mas desta vez da esquerda para a direita, derrotando a defesa que o escudo do inimigo proporcionava. Finalmente, com um salto e a espada em posição de investida, Artúria cravou a gélida ponta de sua espada no peito do inimigo. Durante o movimento ela puxou a espada, efetivamente rasgando o corpo do pobre infeliz com a inercia de seu movimento.
Sem perder um instante sequer, ela saltou na direção do inimigo remanescente e colocando a força de seu golpe no meio da lamina, ela abriu a cabeça do inimigo com um golpe conhecido como “parte elmos” (helm splitter no original). Artúria olhou na direção da tropa inimiga e percebeu que mais inimigos se aproximavam, aparentemente estes dois que ela acabara de lutar eram apenas batedores um pouco melhor armados.
Ela viu os arqueiros entrando em posição para uma nova saraivada de flechas. Sem perder tempo ela acelerou na direção oposta, correndo com toda a força que suas pernas podiam lhe proporcionar e todo o folego que seus pulmões conseguiam prover. Se ela fosse alcançada de novo, provavelmente teria de lutar contra mais inimigos, estes com melhor armamento e provavelmente melhor técnica.
- Spoiler:
- Diessa Plateau ficava perto da Black Citadel, que é a capital dos Charr. O céus escurecidos pela fumaça das indústrias da cidadela deixavam as terras ao redor com um clima mais nublado e quente. Artúria não queria ter entrado nessas terras se pudesse evitar. Ascalon tem sido um imenso campo de batalha desde que fora conquistada pelos charr (na visão deles, eles reconquistaram sua terra ancestral, do ponto de vista dos humanos eles a tomaram), andar por aqui significaria uma alta chance de ser puxada por batalhas que ela não queria travar.OST - ouvir enquanto lê: Light Comes Before Dark
Desde que efetivamente entrara em Diessa, Artúria não se sentiu mais sendo perseguida e de fato, não havia mais ninguém no rastro dela, até onde ela conseguia detectar. Talvez entrar com um batalhão inteiro numa terra dominada por feras sanguinárias não fosse o prospecto mais positivo para aquele grupo. Dificilmente uma força daquele tamanho passaria desapercebida pelos batedores das High Legions que por sua vez iriam querer tirar satisfação da aparente incursão humana.
As raças de Tyria não são necessariamente aliadas umas às outras, elas apenas agem em conjunto por ter inimigos comuns. Os Charr já tem uma péssima fama por serem violentos e isso era um excelente aviso a qualquer um que quisesse atravessar o caminho deles. Pensando por esse ângulo, Artúria estava até aliviada de ter entrada na terra das feras.
Andando em busca de alguma forma de abrigo, Artúria se manteve fora das estradas para evitar chamar a atenção. Ela já havia presenciado um grupo de Charr correndo por entre as estrada com uma clara intenção de marcha de guerra. Artúria seguiu para o norte, onde ficava o Quarry segundo um mapa local. Visto que era um lugar de trabalho, talvez ela conseguisse alguma informação e com sorte algum descanso.
Enquanto se aproximava do local, Artúria ouviu sons de armas e gritos de combate. Sua intuição imediatamente apontou para o grupo que havia lhe atacado antes em Wayfarer Foothills, mas isso não fazia sentido. Ela teria visto se eles tivessem lhe ultrapassado, ela resolveu acelerar o passo e averiguar a situação. Ao chegar no local, ela presenciou um combate intenso, não de humanos e charr, mas entre charr. Analisando o perfil dos combatentes ela podia presumir claramente que aqueles que estavam com aventais sujos de graxa e lutando com canos de metal eram aqueles que trabalhavam ali, enquanto que os demais vestidos com uma toga amarelada por cima da armadura eram os invasores.
Artúria resolveu ir contra o bom censo nesse caso e entrar no combate. Talvez se ela ajudasse, ela poderia pedir alguma compensação, e com esse pretexto ela puxou sua espada da bainha e correu na direção dos inimigos. Ela pegou o primeiro alvo despreparado e de costas. Sua espada atravessou o tórax e a ponta saiu no peito da fera, que grunhiu e cuspiu sangue antes de cair. O charr com quem o morto estava lutando rapidamente se virou e foi atrás do próximo alvo, sem muita comoção pelo fato de ter sido ajudado por uma humana. Artúria não usava elmo e estava sem toca na cabeça, deixando plenamente visível quem era.
O próximo inimigo estava mais bem preparado, pois havia acabado de matar um dos trabalhadores do local. Ele se virou para Artúria e investiu contra ela. As espadas colidiram no ar, mas Artúria foi quem foi forçada para trás. Retomando a postura, ela correu um semicírculo no adversário e golpeou novamente, mas o golpe foi recebido por um escudo que soltou faíscas ao ter a lamina de Artúria raspada contra ele. Ela manteve o impulso e continuo com a espada travada no escudo inimigo, dessa vez se aproximando dele. Ao chegar perto o suficiente, ela jogou o corpo contra o escudo inimigo, o que fez seu portador perder o equilíbrio, e com isso conseguiu abrir a guarda dele. O resultado disso foi um vigoroso golpe vertical no peito do charr, que caiu sangrando.
Ao olhar em volta, Artúria percebeu que os trabalhadores do Quarry estavam virando a luta sobre os invasores. Tomando isso como um bom sinal, ela avançou sobre o próximo inimigo com entusiasmo renovado, esquecendo completamente o cansaço e a perseguição a qual fora submetida previamente, só existia a batalha agora. E batalhas devem ser vividas ao máximo. Durante o combate, Artúria percebeu que os charr de toga amarelada estavam recebendo reforços da outra entrada do Quarry e por isso a batalha estava se alongando mais do que deveria. Com isso em mente, ela correu pelo campo de batalha tentando localizar um inimigo que fosse mais proeminente, um líder. Se ela conseguisse abater o líder, havia uma boa chance dos demais inimigos recuarem.
Enquanto lutava contra dois inimigos com espada curtas, Artúria ouviu um rugido vindo da entrada de ela havia vindo. Um novo grupo de charr havia chegado, mas estes carregavam um estandarte vermelho e estavam todos com armadura completa.
Ela conhecia aquele estandarte: era a Blood Legion.
- Spoiler:
- Artúria já havia visto aquele estandarte antes nas linhas de frente e ele nunca anunciava boas notícias. Os membros da Blood Legion eram especialistas em combate e costumavam lutar até cair ou vencer. Isso a fez ponderar o que um grupo de guerreiros assim estava fazendo ali, tão longe das linhas de frente. Talvez por Ascalon ser um constante campo de batalha, o alto comando das legiões deve ter achado sábio manter um grupo por perto para lidar com qualquer problema. Se essa realmente fosse a razão, o líder daquela legião deveria ser alguém bem meticuloso.
Os legionários de vermelho avançaram sobre os charr de toga amarela com uma ferocidade impressionante. O urros de combate e a fúria dos golpes pareciam algo vindo de alguma história de algum conto de fadas, mas ela estava ali vendo os charr atacando como bestas sanguinolentas. Um charr de armadura preta e vermelha parou ao lado de Artúria, que estava fora de combate por não saber em quem focar sua atenção
– “Humana, se está procurando alvos para sua espada, venha comigo. Há mais um grupo de legionários da chama vindo da outra entrada. Dentre eles deve estar o líder.”.
O charr de armadura negra carregava uma espada longa, um escudo e uma espada de duas mãos nas costas.
Aparentemente ele detinha o comando dos legionários que haviam chegado, pois enquanto corria ele bradava ordens para os demais. Artúria o seguiu pois ela queria terminar essa batalha e visto que ela achara uma figura de autoridade, talvez pudesse conseguir alguma informação dele ou pelo menos uma ajuda pelo trabalho prestado. Ao atravessarem o Quarry, Artúria viu um grupo de pelo menos dez inimigos subindo a rampa na direção deles.
- “Espero que não se importe de lutar em desvantagem numérica.”, o charr do lado dela disse antes de sacar suas armas e correr na direção dos inimigos.
Ela demorou um pouco para seguir, pois não sabia se considerava a ação do charr uma bravata idiota ou simplesmente um ato de loucura. Um líder não se jogava de forma insana em batalha. Artúria saltou sobre o inimigo que havia travado a visão nela. Ela estava em um lugar mais alto, então isso possibilitou um salto perfeito. Enquanto estava no ar ela girou o corpo e golpeou com força a cabeça do inimigo, partindo seu elmo e rachando o crânio. A fera caiu morta.
Ao aterrissar, ela estava cercada por três inimigos. Ela fez um pequeno salto para a sua esquerda para desviar da lança do primeiro e retribuiu o golpe com um soco na mandíbula do adversário, atordoando-o por um momento. Usando isso, ela aparou o machado do próximo inimigo e em seguida tirou a força da arma, fazendo o oponente perder o equilíbrio e cair na direção dela. Artúria girou o corpo e aplicou um poderoso corte horizontal no flanco direito do inimigo. O corte foi profundo e o sangue respingou na grama.
O terceiro inimigo era um mago que estava preparando um projetil mágico. Artúria julgou que ela tinha alguns momentos ainda então ela baixou o torso e correu na direção do inimigo com a espada preparada. Quando o inimigo foi baixar as mãos para liberar a magia, ela já estava frente dele e com um golpe rápido ela lhe arrancou o braço direito. O urro de dor foi seguido por um chute na parte de trás do joelho seguido por um corte no pescoço que não decapitou, mas deixou a cabeça pendendo por alguns fios de músculo. Artúria estava precisando usar mais força que o normal para conseguir o mesmo efeito em seus golpes. Os charr tinham uma massa física tão densa quanto os norn.
O primeiro oponente havia voltado a si neste pequeno intervalo e agora novamente investia contra ela. Artúria aparou a lança com a base da espada e chutou o abdômen do inimigo, fazendo-o perder o folego. Ela desvencilhou a espada da lança e golpeou diagonalmente o inimigo que estava tentando respirar. O golpe acertou o ombro e partiu a armadura, mas não foi capaz de matar. O inimigo caiu no chão gemendo baixo. Quando ela foi executar o inimigo, o charr de armadura negra apareceu ao seu lado e segurou seu braço.
- “Precisamos de alguns deles vivos. Eles deverão ser interrogados.”, ele disse soltando o braço dela. Artúria compreendeu e acenou positivamente com a cabeça. Em seguida ela fez um corte baixo no ar para tirar o sangue da espada antes de colocá-la de volta na bainha.
- “Eu sou Andyrium, o líder deste bando de guerra. Aquela charr marrenta ali em cima é minha Euryale e a minha companheira mais próxima. Pode me dizer seu nome humana?”.
- “Eu sou Artúria. Artúria Pèndrágön. E se possível gostaria de um lugar para descansar.”, Artúria havia pensando em dar um nome falso, mas ela não achava justo agora havia lutado junto do charr. Olhando em volta, ela viu que o charr de armadura negra havia dado conta dos outros inimigos que estava no grupo. Talvez ele não fosse apenas uma fera idiota.
- “Poderemos descansar e conversar de volta no Quarry. Imagino que sua situação não deve ser da melhores para ter corrido para este lado.”, Andyrium respondeu. E essa resposta fez Artúria gelar. Será que ele sabia de algo?
- Spoiler:
- Artúria estava com Andyrium em uma sala de descanso. Apesar do Quarry ser bem bagunçado, as hospedagens dos trabalhadores eram bem limpas e mantidas organizadas. Artúria afundou em uma das cadeiras fofas e sentiu a força deixar suas pernas. Finalmente o cansaço havia sido liberado e a exaustão tomou conta dela.
-”Pelo nível de cansaço, você deve ter andado o equivalente a uns dois dias de marcha forçada. Posso ver que os músculos das suas pernas estão tendo espasmos.“, Andyrium comentava do outro lado da sala, de costas para Artúria, preparando alguma coisa.
-”Eu estou com armadura completa, como você consegue dizer isso com tanta proficiência?“, Artúria perguntou tentando fazer alguma espécie de conversa fluir entre eles. Ela queria tentar entender a maneira que ele pensava para não cair em uma situação desconfortável.
-”Simples.“, ele começou, -”Sua respiração está mais forte e o pulsar do seu coração é tão forte que eu consigo ouvi-lo. A partir disso é plena dedução baseado no conhecimento que eu tenho da sua raça.“, Andyrium se virou com uma caneca com uma bebida gelada que possuía uma cor estranha. -“Beba. Vai aliviar a tensão no seus músculos e lhe fazer relaxar. É uma infusão de ervas com uma boa dose de água gelada. Vai refrescar um pouco.”.
Artúria ingeriu aquilo aos poucos, tendo certeza de que não se tratava de nenhuma armadilha. Ela ficou espantada ao ver os efeitos imediatos dos músculos relaxando, mas não incorrer em nenhuma sonolência.
-”Imagino que não tenha sido opção sua entrar em Diessa. Posso montar alguns cenários sobre suas razões para tal, mas visto que isso seria rude da minha parte, vou direto ao ponto: O que trás uma humana como você as terras de Ascalon?“, Andyrium se sentou de frente para Artúria, a uma distancia de mais ou menos dois metros. Ele havia deixado as armas penduradas na parede e Artúria havia feito o mesmo. Ele estava querendo conversar com ela de forma civil.
-”Interesses pessoais em terras próximas.“, ela começou a responder, pensando rapidamente numa forma de não ser tão clara mas ao mesmo tempo não mentir. -”Haviam coisas que eu precisar investigar e que atraíram os olhares de uma organização desconhecida que se fez passar pela Lion‘s Arch. Eu despistei meus perseguidores, mas um grupo deles me perseguiu de minha localização original até Diessa, onde entrei pensando apenas em fugir deles. Após isso eu ouvi os sons de combate no Quarry e resolvi intervir por vontade própria.“
-”Que nobre da sua parte. Não vou questionar a razão da sua intervenção na batalha já que isso é algo passado, mas independente de suas segundas intenções ao ajudar aqueles trabalhadores, vidas foram salvas e por isso lhe agradecemos. Dado o seu estado e as condições em que você está, eu presumiria que você veio da montanha mais ao norte. O que você estaria buscando naquele desolado não é da minha conta, mas ao dizer que um grupo não identificado está agindo tão perto das nossas fronteiras é algo inquietante. Há alguma evidencia daquilo que você clama?”, Andyrium tinha um olhar inquisidor, mas ele não estava tentando procuras mentiras em Artúria, mas sim tentando avaliar algum perigo as terras de seu povo.
Artúria jogou o emblema forjado da Lion’s Arch nas mãos dele. Ela não esperava que ele fosse entender o que aquilo significava, mas ela ficou surpresa quando a expressão dele mudou e ele começou a alisar o emblema como se fosse alguma espécie de especialista.
-”Hm. De fato, está forja é bem feita, mas ainda sim é identificável para alguém familiarizado com os processos envolvidos. Provavelmente feito a partir de um desenho em uma placa de baixa qualidade que foi replicado num molde de metal várias vezes. É uma técnica rústica, mas que enganaria os olhos de alguém mais desatento.“.
-”Você é ferreiro?“, Artúria perguntou tentando esconder sua impressão positiva da analise do charr.
-”Sim. Sou especialista em armas e forja de armas de grande envergadura. Apesar de que minha ocupação como legionário por vezes me impede de exercer o ofício que tenho mais por interesse. Já passei muito tempo viajando atrás dos segredos de ferreiros de todas as raças e posso dizer que tenho uma bagagem de conhecimento considerável.“, Artúria viu um sorriso simples surgir na face do charr.
-”Mas estou desviando do assunto. Este emblema serve de prova suficiente. Vou investigar isto com mais interesse. Por hora, você é nossa convidada. Descanse aqui com tranquilidade. Ninguém mais irá atacar agora que meu bando de guerra está estacionado aqui.“. E com isso ele saiu da sala e Artúria tentou adormecer.
- Spoiler:
- Quando Andyrium saiu da sala era começo de noite. Quando Artúria despertou já era alvorada do dia seguinte. Inicialmente surpresa por ter dormido tão pesado, Artúria observou que o charr havia cumprido sua palavra, ninguém havia vindo perturbá-la e nem incomoda-la. Ela se sentiu mau por pensar nos charr como feras selvagens, aparentemente eles tinham um degrau de honra e cortesia que podia ser bem visto, se eles o empregassem com mais frequência. No caso era apenas uma situação oportuna ela ter ganho as boas graças dos charr ao ter ajudado os trabalhadores do Quarry.
Artúria havia dormido de armadura e isso lhe fazia sentir um pouco de dor nas juntas onde o corpo amoleceu sobre o aço, sem mencionar que ela não estava com o melhor dos odores. Ela era uma guerreira, mas também era uma mulher e por isso se dava a pelo menos manter uma higiene decente.
Explorando a pequena sala, ela encontrou um lavatório com mudas de roupa para tamanho humano um pouco gasto e alguns apetrechos de limpeza. Eles não estavam ali ontem pelo que ela lembrava, então era provável que Andyrium ou alguém de seu bando tivesse ido atrás disso por ela. Artúria achou o gesto significativo, mas também viu algo nas entrelinhas, os charr aparentemente esperavam que ela ficasse por mais um ou dois dias aparentemente. Isso fez sua mente ficar aguçada. Mantendo isso em mente, ela resolveu aproveitar da hospitalidade dos charr e se lavar.
Dentro da capa de viagem, Artúria mantinha alguns suprimentos para cuidar de si mesma e isso inclua não apenas comida mas mudas de roupas e alguns remédios. A muda de roupa que os charr haviam providenciado era um pouco esgarçada demais para ela, então ela resolveu optar pela roupa própria. Após se lavar e se trocar, ela fez uma devida manutenção em sua armadura. Devido a estadia na montanha de Frostgorge Sound, algumas partes começaram a ficar mais quebradiças e outras partes mais rígidas. Exigir demais da armadura poderia acabar fazendo-a perder a mobilidade e isso poderia afetar um combate de forma decisiva.
Ela também cuidou de suas armas: a espada larga de duas mãos e a espada longa de uma mão. Ambas tinham suas utilidades especificas apesar de Artúria preferir usar a espada larga. Após estes combates recentes ela pode observar que as laminas estavam começando a ficar dentadas e isso era um mal sinal. Um golpe focado em um local em que a espada dentada pode aumentar o risco da espada quebrar, se for deixado sozinho pode eventual levar a espada se partir em pleno combate. Infelizmente esse tipo de reparo só era possível em uma forja, mas não havia nenhuma nas proximidades. Mesmo uma ferreira mestra como Artúria não podia fazer milagres sem o equipamento necessário. Ela manteve uma nota mental sob isso e atribuiu certa urgência, na primeira oportunidade que tiver, ela iria reparar suas espadas.
Depois de cuidar de seus pertences, Artúria se sentiu um pouco mais a vontade para lidar com os livros que havia obtido na cidade subterrânea. A linguagem era arcaica e tomou algum tempo de dela para conseguir entender o que estava escrito. Era em uma situação dessas em que ela agradecia a insistência pela qual havia forçado ela a aprender a ler. Usando uma folha de papel de pão e um pena próximas, ela começou a traduzir os textos para uma língua mais fácil de se entender para conseguir tirar algum significado.
Cerca de duas horas e dez folhas depois, Andyrium entrou na sala carregando um pequeno calhamaço de documentos.
-”Estou interrompendo algo?”, ele questionou cortes. Artúria tinha uma incrível dificuldade em enxergar uma fera de quase dois metros e meio sendo educada.
-”Não. Eu estava pretendendo parar em breve, isso requer uma grande concentração, por isso é cansativo.”. Ele não inquiriu sobre o que ela estava fazendo, o que a deixou mais aliviada. Ela puxou uma cadeira em frente a ela e colocou o calhamaço de papel a sua frente.
-”Primeiramente, espero que nossa hospitalidade limitada tenho sido do seu agrado. Tenho poucos recursos a mão, então fiz o possível com o que tinha. Quando entrei aqui durante a noite você estava em um sono pesado, então não me demorei a sair.”.
-”Me espanta você não ter conseguido me acordar. Meu sono não é pesado, por razões de sobrevivência.”, o charr apenas acenou com a cabeça concordando -”Em uma situação normal sim, mas você estava fatigada e isso deve ter influenciado. Não subestime o cansaço gerado por uma montanha.”.
-”Dito isso, venho lhe trazer algumas noticias sobre o emblema que entregaste. Pedi um favor a um conhecido meu da Ash Legion e ele conseguiu uma lista de organizações que eles estão de olho”, o charr fez menção a montanha de papel que havia trazido consigo -”Mas dentre estas, algumas poucas usam o emblema da Lion's Arch. Pelo menos dentro do nosso conhecimento. Eu lhe trouxe essa lista para que você verifique o nome e veja se reconhece algum dos nomes.”.
-”Mas eu havia lhe dito que não reconheci nada.”, ela não entendia a razão do que ele havia feito.
-”Não espero que você reconheça nomes, mas sim detalhes. Nesta lista há algumas características que essas organizações possuem em que provavelmente devem estar presentes nos soldados que você encontrou. É uma aposta na verdade. Não acho que vá ser um fator decisivo, mas acho que não custa tentar, Devemos identificar essa organização e saber o que esperar. Uma incursão em nosso território é improvável, mas o céu irá chover ferro antes da nossa nação ser pega despreparada.”.
Artúria entendeu de onde vinha aquela lógica. Militarismo era o que definia os charr. Uma raça que vivia da guerra e a guerra os moldava. Eles estavam esperando o pior, ou pelo menos Andyrium e seu bando estavam.
-”Darei uma passada na lista assim que puder, você não vai me deixar sair antes disso mesmo não é?”, um expressão difícil aparece no rosto do charr -”Sua intuição lhe serve bem. De fato, recebi ordens para não te deixar sair por pelo menos três dias. Estão verificando quem você é e da onde veio para validar a sua história. Eu me ofereci para servir de ponte pois acho que você não quer ser questionada pelos membros da Ash Legion.”.
-”Por que tamanha consideração por mim?”.
-”Bom, digamos que a maneira como você luta é honesta e me interessou, além disso eu simpatizei com você pelo fato de você também ser uma ferreira”, Artúria não conseguiu esconder o seu espanto por ele ter notado isso -”Talvez eu possa te ajudar nessa sua busca particular, se envolver alguma coisa com ferraria.”.
-”E onde você tirou tais informações? Estou surpresa que você tenha notado que eu sou uma mestra ferreira.”, Artúria estava se sentindo um pouco deslocada pelo fato do charr saber tanto dela em tão pouco tempo e ela não ter nenhuma informação sobre ele.
-'Se estivéssemos em posições trocadas provavelmente teríamos o mesmo resultado.”, era possível ver uma certa seriedade na voz dele -”Eu não pretendo me meter nos seus assuntos, mas preciso saber algumas coisas para reportar ao meu tribune e garantir que você não é uma ameaça.”.
Artúria se sentiu rendida por um momento, mas decidiu não falar nada sobre sua busca com o charr, pelo menos por enquanto.
Última edição por Surlan em 26/3/2015, 2:52 pm, editado 14 vez(es)