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- Spoiler:
- Artúria não sabia se sentia raiva pela agulhada indireta de Rytlock ou se ficava espantada com o fato dele a ter levado a sério. Aquele olhar não era o de alguém tentando parecer esperto. Ele estava efetivamente ouvindo o que ela tinha a dizer. Isso a fez ponderar o quanto deveria dizer. Uma parte dela pensou em contar tudo e pedir ajudar para os dois charrs que estão na frente dela, pois ao contrário de seus superiores, este dois iriam investir na busca dela... Ou pelo menos era isso o que esse pensamento levava.
Entretanto, entregar tudo assim seria tolice. Ela iria soltar algumas coisas e ver como eles iriam reagir.
-”Eu fui criada por pessoas de baixa estirpe, pessoas comuns. Após conseguir um pouco de autoridade eu consegui alguns dados sobre os meus pais biológicos e investiguei todas as ligações possíveis. Meus pais eram nobres de baixa importância, mas seus antepassados havia colonizado uma vila secreta em Frostgorge Sound. Documentos contando sobre lendas daquela área comentam sobre artefatos poderosos, mas a chave não está nos artefatos, pois eles não existem mais.”
-”Mas sim em como produzi-los huh?”, Rytlock interviu vendo onde a conversa estava indo, ele fechou os olhos e se deixou seu peso inclinar sua cadeira.
-”Sim. Após a derrota de Zhaitan eu resolvi procurar informações sobre isso e apresentei o caso ante a Ordem. Eles me deram permissão, mas eu deveria fazer a exploração sozinha.”.
-”Então dando sequência, você encontrou a tal vila, encontrou alguns documentos mas também descobriu um inimigo desconhecido e fugiu montanha abaixo. De lá você entrou em Diessa após encontrar sua rota de fuga bloqueada e encontrou com o jovem Andyrium aqui. Enquanto viajava você traduziu as partes que conseguiu, pois o documento não estava escrito em língua comum e para isso você precisou de ajuda de pessoas de outras raças. Após conseguir ajuda perto de Hoelbrak você foi encontrada pelo bando guerreiro de Andyrium e aqui estamos nós hoje. De fato, um conto interessante.”
Rytlock parou e ponderou por alguns momentos.
-”Andyrium, tirando Frostgorge, onde você acha que vocês encontrariam algo que tivesse alguma relação com essa história?”, a pergunta foi feita enquanto Rytlock abria um mapa das terras próximas acima da mesa.
-”Fireheart Rise. Há uma ligação por terra entre os dois lugares, mas visto que a vila mencionada por Artúria era subterrânea, é provável que haja uma ligação assim também ligando os dois lugares. É apenas um palpite, mas acho que a produção dos artefatos era feita longe da vila, para evitar qualquer risco caso uma invasão ocorresse.”, Andyrium apontava para o uma pequena formação semelhante a um lago em Fireheart Rise -”Não seria difícil achar uma forja aqui. A água seria necessária para o processo de criação.”
-”Concordo. Pois bem Artúria, você acaba de ganhar um companheiro de viagem.”, Rytlock se virou para Andyrium -”Andyrium, sua missão é auxiliar Artúria com o que for necessário para completar a missão dela nessa busca por artefatos e depois retornar a mim com qualquer conhecimento adquirido. Qualquer coisa que seja útil é valiosa, nós precisamos de conhecimento se quisermos continuar a luta contra os dragões. É apenas um palpite sem base meu, mas acho que essa busca pode render muito.”
Artúria viu as coisas se moverem sem qualquer preocupação com ela -”Mas eu ainda preciso de uma parte da tradução para terminar antes de sequer pensar em produzir algo.”
-”Sim sim, é verdade. Mas não se preocupe, como eu disse Andyrium vai te auxiliar nessa parte. Vocês só irão partir para Fireheart Rise após terem ideia do vão precisar fazer lá. Enquanto isso, você ficará conosco e sob proteção da Blood Legion.”.
-”Sob seu cárcere, você quis dizer.”, Artúria respondeu amarga.
-”Você pode interpretar dessa forma, mas acho que pelo menos com alguma ajuda você tem mais chances de conseguir algo. O conhecimento ser passado para nós também é apenas uma recompensa pela ajuda. Além do mais, não se iluda achando que seus superiores fariam diferente. Assim que você apresentar alguma coisa mais sólida para eles, é provável que eles tomem o projeto de você e te deixem sem nada. Aqui você irá ver isso até o fim e ter todos os créditos e recompensas.”
Olhando por esse ângulo, Artúria percebeu de fato que os charr estavam sendo generosos, mas dentro do interesse deles. Era provável que se ela voltasse com alguma coisa para a Ordem, ela seria forçada a deixar tudo nas mãos dos escribas e seria jogada de volta ao campo de batalha. E caso algo fosse descoberto, ela não receberia nada.
-”Hmph. Mundo sem honra... De fato o que você disse é verdade Rytlock. Mas imagino que você não ira mobilizar nada além de um charr para me ajudar.” - Artúria lançou uma olhar dúbio para Andyrium.
-”Você me subestima Artúria. Eu tenho uma história em ir atrás de artefatos e resolver enigmas sobre eles. Mas vamos deixar que minhas ações provem meu valor.”
-”De fato Artúria, eu não posso mobilizar nada além de indivíduos sem levantar a suspeita das outras legiões. Ter a Iron Legion ou a Ash Legion se metendo poderia atrapalhar o desenvolvimento de tudo. Vocês estão dispensados, caso sejam questionados, digam que estão em um estudo... Sim, um estudo em como integrar técnicas de diferentes escolas de ferraria para o bem da Blood Legion e que o bando de Andyrium estará servindo de testadores para os equipamentos desenvolvidos.”, era possível ver um sorriso na face de Rytlock ao dizer isso. Ele provavelmente estava imaginando que era uma desculpa muito boa.
- Spoiler:
- Após sair da sala de Rytlock, Artúria e Andyrium se dirigiram uma taverna próxima e se acomodaram em uma mesa bem ao fundo. Artúria não estava muito satisfeita ali naquele ambiente lotado.
-”Você pretende continuar o trabalho aqui, no meio desse monte de gente? A chance de roubarem algo de nós é altíssima!”, A cada segundo ela olhava em volta, parecendo ter percebido algum olhar estranho na direção dela.
-”Se você quer esconder uma árvore, faça isso em uma floresta.”, Andyrium trouxe consigo dois pratos com comida e canecas com bebida -”Apenas continue trabalhando. Todos que vem aqui são lutadores e não tem interesse em papelada. E mesmo que alguém pergunte, nós sempre podemos dar uma desculpa. Mantenha a parte que foi traduzida para a língua comum perto de você e deixe a parte a ser traduzida em cima da mesa. As coisas irão fluir bem.”, o tom confiante dele era inspirador, para dizer o mínimo.
Artúria não conseguiu a cara emburrada. Ela deu uma garfada na comida que foi trazida e começou a olhar os documentos enquanto mastigava. Andyrium pegou a outra página e começou analisar com cuidado. As letras estavam todas misturadas com os alfabetos das outras raças então primeiro foi necessário fazer pequenas traduções do que estava escritos antes de tentar fazer uma interpretação.
-”Sua escrita não faz sentido... essas marcas de garras não tem diferença nenhuma entre elas.”, Artúria olhava a versão traduzida e então tentava interpretar as marcas, mas dada a reclamação, sem sucesso.
-”É por que você está tentando achar um significado isolado. Essas marcas foram concebidas para passar ideias baseadas em um contexto. As ideias são simples, mas conforme o número de marcas aumenta, também aumenta o contexto e a complexidade. No caso, outras palavras estão dando o contexto. Na folha que você está segurando, as marcas que estão dando o contexto, e isso muda completamente a interpretação. Essa escrita foi concebida para não ser interpretada pelas outras raças de qualquer forma.”
Artúria olhou as notações do charr e percebeu que adicionava várias palavras e até linhas para substituir cada conjunto de marcas. Após receber a primeira parte traduzida, ela começou a ler e ficou um pouco desapontada.
-”Ingredientes... Não tem nada de muito especial aqui.”, ela comentou em voz baixa.
-”Olhe a lista com mais cuidado. Você vai perceber que tem coisas a mais.”
Lendo novamente a lista com mais atenção, ela percebeu que haviam minerais demais naquela lista. Normalmente se usava minério de ferro como base para fazer o aço que seria moldado nas espadas, mas nesta lista havias outros minerais como ouro e cobre. Esse tipo de material era usado nos detalhes, nunca na lâmina em si. O ouro, por exemplo, era mole demais para usar como arma ou armadura.
-”Hm... Aparentemente só há uma lista de ingredientes e cerca de oito páginas de plantas de armas.”, Andyrium olhou as demais páginas enquanto comentava. -”Aparentemente todas as armas usam uma liga metálica diferente do aço base que estamos acostumados. Além disso, existe algo um tanto peculiar no método de forja...”
-”E o que é? Por acaso você tem que bater o martelo de cabeça para baixo?”.
-”Não sei dizer... Aqui diz que antes que a espada ganha vida, ela precisa de um sopro de vida. Mas eu não recordo de ver um ingrediente com esse nome...”
-”Talvez seja um romancismo a mais para nos despistar? De qualquer forma, agora que temos a tradução terminada podemos partir.”, Artúria dava a entender que estava com pressa.
-”Sim, mas devemos adquirir todos os ingredientes que estão na lista. São em sua maioria coisas comuns, mas acho que há alguma jogada nisso tudo. Melhor levarmos pelo menos o dobro.”
-”E quem vai carregar tudo isso!? Você viu o número de minérios brutos que estão marcados?”
-”Hm. Posso arrumar uma besta de carga. O resto eu mesmo carrego. Esse número ainda não é algo que possa considerar pesado.”, Andyrium lançou uma olhada de canto de olho para Artúria com um leve sorriso no rosto. Ela não pode esconder a reação desconcertada. Ela havia cometido o engano de achar que o que seria demais para um humano também o seria para um charr.
Andyrium se levantou e seguiu para falar com o taverneiro. Após uma conversa rápida, ele retornou.
-”Consegui a nossa besta de carga. Estará pronta amanhã. Ainda temos o resto do dia para correr atrás do materiais. Felizmente existem bastante vendedores por aqui. Após isso temos de planejar nossa rota, pois provavelmente iremos passar por terras hostis.”
-”O que você quer dizer com hostis? Pensei que todo o território deste lado pertencesse aos charr.”
-”Existe a possibilidade de encontrarmos aqueles que foram marcados pelo dragão no nosso caminho, e esses inimigos não serão muito agradáveis de lutar contra.”
-”Pior que os zumbis de Zhaitan?”
-”Despachar cadáveres é uma coisa. Os marcados são diferentes em termos de não serem tão simples de lidar quanto zumbis. Só digo para se preparar para uma longa jornada. Vá cuidar de seu equipamento se precisar.”
- Spoiler:
- Artúria e Andyrium saíram da cidadela assim que estavam com suas coisas em ordem. Era pouco demais do meio dia e o sol brilhava forte no céu. A dupla usou a saída sudeste e sairam nas planícies de Ashford. As planícies estavam sob o firme controle dos charr, mas ainda havia sinais de problemas aqui e ali. Era um lugar considerado seguro, que os charr usavam para treinar seus recrutas mais novos.
-”O calor é intolerante por essas partes, vamos seguir as estradas próximas as edificações para aproveitarmos as sombras. Devemos procurar nos desgastar o mínimo possível em terras controladas.”, Andyrium tomou a frente puxando a besta de carga e começou a seguir pela estrada, Artúria não respondeu e apenas seguiu.
Após três horas de caminha em um rimo que poderia ser considerado puxado, a dupla parou perto de um pequeno lago onde Andyrium deixou a besta beber água e aproveitou para encher o seu próprio cantil, que estava pela metade.
-”Não acho que seja necessário tanta preocupação com calor. E tem uma coisa me incomodando... Não há marcação nenhuma indicando uma saída natural destas planícies.”, Artúria observava o mapa enquanto esperava sob a sombra de uma grande pedra.
-”A desidratação é algo que afeta silenciosamente até mesmo o mais experiente dos veteranos. O ar árido também tem suas implicações. Não subestimar o ambiente é algo que deve estar cravado na mente de todos aqueles que se aventuram fora das grandes cidades.”, a voz de Andyrium parecia cansada de certa forma -”Com relação a saída, não existe uma saída natural. Existe uma ligação através de uma caverna que foi cavada ao longo do tempo. Faz pouco tempo que ela existe, então faz sentido não estar em nenhum mapa ainda. Especialmente considerando que é território charr, você não vai achar muitas pessoas afim de verificar se as rotas continuam a mesma.”.
Artúria ponderou se o calor podia ser pior que o frio. Ela passou mais tempo do que gostaria no meio da neve e do vento gélido e sabia o que o frio podia fazer, mas ela não via tanta seriedade em um ambiente um pouco mais quente que o normal. Cerca de uma hora e meia depois, eles estavam em um lugar marcado como Duskrend Overlook no mapa. Havia uma estrada indo na direção das grandes paredes naturais e no fim dela uma caverna.
-”Mantenha sua espada curta em mãos. As criaturas nativas podem estar de mau humor.”.
-”E o que devo esperar? Ratos gigantes?”
-”Ratos que voam, morcegos.”, Andyrium respondeu com uma breve risada. Morcegos e ratos não tinham muito a ver, mas por serem considerados pestes e transmitirem doenças, eram comumente jogados na mesma classificação de: se ver, mate.
Enquanto cruzavam a caverna, Artúria se arrependeu de não ter levado o conselho de Andyrium sobre as feras nativas a sério. Os morcegos estavam voando aos montes perto deles e pelo menos vinte jaziam mortos nos chão, seja pela espada de Andyrium ou pela espada curta de Artúria. Normalmente os morcegos não estariam tão agitados, mas a besta de carga fazia muito barulho quando andava e isso incomodava os bichos, fazendo-os atacar.
Quando eles finalmente saíram da caverna, já era noite. Eles estavam em Blazeridge Steppes, e Artúria sentiu como se estivesse em um lugar abafado. Felizmente havia uma taverna chamada de Último Whiskey na saída da caverna onde eles resolveram passar a noite. Andyrium se encarregou de ir descarregar a besta de carga e deixou Artúria a cargo de conseguir acomodações. Ela entrou e se dirigiu diretamente ao taverneiro, sem olhar ao redor.
-”Dois quartos e duas refeições para a noite.”.
-”Três peças de prata.”
Artúria jogou as moedas na mão do charr e ele lhe entregou duas chaves. Enquanto caminhava na direção das escadas que levavam ao segundo andar, ela sentiu diversos olhares em sua direção. Olhando em volta ela percebeu que haviam alguns humanos na taverna e eles lhe lançavam olhares inquisidores. Após alguns segundos e quando ela estava já nas escadas um dos homens levantou e lhe gritou: -”Ei moça, não quer passar o resto da noite conosco e descansar de um longo dia na estrada?”.
-”Bêbados...”, ela murmurou com voz baixa. Não querendo causar confusão, Artúria educadamente recusou a proposta do homem que aparentemente havia tomado mais cerveja do que devia e estava consideravelmente desinibido. Artúria era sem dúvida uma mulher bonita, mas sua vestimenta militar costumava intimidar a maioria dos bêbados e interesseiros.
O homem não desistiu e insistiu mais um pouco, dessa vez acompanhado por seus companheiros. Artúria se arrependeu de não ter sido mais enérgica mas isso ainda não era algo que fosse ser problemático. A situação mudou um pouco quando Andyrium adentro o estabelecimento. Ele estava coberto pelo manto de viagem de forma que não era possível discernir quem era, mas ele fazia isso apenas para evitar problemas. Era possível ver que era um charr, e isso já desinteressava a maioria das pessoas.
O taverneiro olhou para Andyrium, que fez um gesto apontando para Artúria com a cabeça e o mesmo acenou positivamente indicando que havia entendido.
Os bêbados não haviam visto nada por estarem focados demais em Artúria. Andyrium seguiu na direção das escadas e viu Artúria tendo de lidar com os bêbados, não querendo causar problemas, ele pensou em passar como se não a conhecesse, mas a situação piorou quando um dos bêbados que estava em volta de Artúria acabou esbarrando em Andyrium quando foi ao balcão pegar outra cerveja.
- Spoiler:
- A situação ficou tensa em um instante. O homem já não estava sóbrio, então seu senso de equilíbrio estava perturbado, por isso a queda não foi das mais graciosas, com o homem caindo com a face no chão. Andyrium nem sequer foi perturbado e simplesmente continuou andando. Artúria pensou em usar a situação como desculpa para sair dali, mas antes que ela pudesse se mover, um dos companheiros homem que caiu ergueu a voz, claramente irritado:
-”Ei bola de pelos! Como assim você esbarra em uma pessoa e nem pede desculpas? Você não tem educação não!? Pessoas já morreram por menos nessas bandas!”.
Andyrium virou o rosto de leve na direção do homem e apenas balançou a cabeça negativamente de leve, como se não se importasse e continuou andando, chegando até as escadas. Essa atitude visivelmente arrogante fez que os homens se sentissem menosprezados e com que puxassem suas armas que estavam ali perto. O taverneiro ergueu a voz como um rugido dizendo que não queria brigas em seu bar, mas foi prontamente ignorado pelos homens.
Artúria deu um golpe na nuca de dois que estavam perto dela, nocauteando ambos. Os outros dois partiram para cima de forma desengonçada e claramente eram uma ameaça maior para eles mesmos do que Andyrium. Um deles tropeçou ao chegar nas escadas e o outro caiu ao tomar um soco com as costas das mãos vindo de Andyrium. Eles xingaram e tentaram se levantar, mas o taverneiro pegou os dois e os colocou para fora para se acalmarem.
Artúria e Andyrium subiram as escadas e foram para suas respectivas acomodações, não sem antes trocarem olhares cansados entre si. Os quartos eram equipados com um banheiro e uma cama simples, além de uma mesa com aparência bem desgastada. O lugar não tinha um cheiro muito agradável, mas era a única que se tinha, então não era possível reclamar. Artúria resolveu tomar um banho antes de tudo, mas ela resolveu se precaver trancando a porta. Após isso ela jogou suas coisas sob a mesa e começou a se despir.
Debaixo de todo o couro e metal, a pele branca de Artúria estava úmida pelo suor. Haviam algumas cicatrizes aqui e ali, mas isso fazia parte do encanto de uma guerreira. O banheiro era bem rústico e a água estava morna em temperatura normal. Isso era esperado, dado a temperatura do lado de fora. Enquanto se banhava, Artúria ouviu a fechadura da porta ranger, mas a porta não abriu devido a trava. Ela tinha certeza que eram os homens de antes, esse fora o motivo dela ter trancado a porta em primeiro lugar. Por um momento ela pensou na possibilidade deles arrombarem a porta, se fizessem isso eles estariam claramente agindo como bárbaros e ela não teria nenhuma restrição em matá-los.
Antes que ela pudesse fazer algo, ela ouviu o som de uma porta se abrindo vagarosamente. Dada a proximidade, era provável que fosse do quarto em que Andyrium estava. Alguns segundos depois, ela ouviu gritos de homens e o som de algo batendo na madeira, um som oco e seco. Depois disso apenas silêncio. Ela pensou que talvez eles estivessem atrás de Andyrium pelo que acontecera mais cedo, e por isso devem ter entrado no quarto dele. Os sons de luta deveriam ser de Andyrium jogando os homens no chão ou nas paredes e fazendo-os desmaiar.
Apenas por segurança, depois de se lavar, Artúria pegou a espada curta e olhou para fora do quarto e não viu nada demais. Espiando pela fechadura do quarto de Andyrium, ela também não viu nada demais. Andyrium estava em sua mesa escrevendo em um pedaço de papel. Olhando em volta, ela percebeu algumas gotas de sangue no chão e nas paredes, mas não era nada alarmante. Sua suposição anterior parecia estar certa, e com isso ela retornou para o seu aposento e tratou de por suas coisas em ordem.
Já estava bem escuro quando Artúria terminou de tratar de suas armas e sua armadura. Ela se certificou de que sua porta estava trancada e que sua janela também não poderia ser aberta antes de ir dormir. A noite correu sem problemas. Artúria acordou na manhã seguinte com o sol iluminando sua janela e tudo estava exatamente onde ela havia deixado. Havia uma parte dela que sempre desconfiava de tudo quando ela estava em território estrangeiro. Além disso, o que havia acontecido no dia anterior havia deixado-a em alerta.
Artúria se lavou e se vestiu, levando tudo consigo quando saiu do quarto. Quando desceu, encontrou Andyrium conversando com o taverneiro com um mapa aberto. Ela se juntou a eles na mesa e pediu um desjejum. Enquanto o taverneiro ia buscar a comida, Artúria olhou para o mapa e depois para Andyrium, esperando as informações.
-”Bom dia para você também Artúria.”, começou Andyrium com a expressão meio aborrecida -”Estava conversando o taverneiro para saber da situação que iremos encontrar mais ao norte. E as noticias não são boas...”, ele fez uma pausa e colocou um dos dedos na localização que indicava “Iron Marches” -”Kralkatorrik... ou melhor dizendo, alguns de seus servos foram avistados. Foi observada que a tendência dos marcados (branded) é de seguir para o sul e para o leste. Provavelmente vamos nos encontrar com alguns deles durante nossa viagem.”
O taverneiro retornou com alguns pedaços de pão recém assado, um copo de leite e algumas fatias de queijo. Artúria começou a comer enquanto olhava para o mapa.
-”Não existe alguma maneira de vocês evitarem eles?”, o taverneiro perguntou olhando para Andyrium.
-”Não...”, foi Artúria quem respondeu, enquanto cortava um pedaço de pão -”Nós iremos atrás deles. Provavelmente vai ser melhor assim.”
Andyrium soltou um suspiro pesado. Ele obviamente não estava querendo fazer isso.
- Spoiler:
- Já haviam se passado cerca de duas horas desde que Artúria e Andyrium haviam saído da taverna e estavam indo em direção a saída mais ao norte. Eles andavam em um ritmo consideravelmente puxado, mas volta e meia eles tinham de parar para deixar a besta de carga descansar um pouco. Durante uma parte do trajeto, Andyrium carregou parte da carga para aliviar a quantidade de coisas que a besta de carga tinha de carregar. Era um animal forte, mas a quantidade de coisas que haviam sido trazidas era bem grande e variada. Desde vários metais a suprimentos de longo prazo, era tudo necessário para lidar com qualquer eventualidade.
Um pouco depois do meio dia eles haviam chegado a uma pequena caverna que fazia a ligação entre os Blazeridge Steppes e os Iron Marches. Assim como a caverna que fazia a ligação entre as Planicies de Ashford e os Steppes, a ligação dos Steppes e os Marches era recente e fora feita cavando a pedra formando uma caverna. A estrada que saia da caverna ainda era bem rústica e não passava de um caminho de pedra batida, mas pelo menos indicava qual caminho os eventuais viajantes usavam.
Ao sair do outro lado da caverna, Artúria percebeu que Andyrium havia ficado mais tenso. -”Algum problema?”, ela perguntou enquanto olhava o horizonte em busca de qualquer indicação de inimigos.
-”Está quieto demais. Deveria haver barulho de animais e outras coisas por aqui. Mas não estou escutando nada... E existe uma sensação gélida na minha espinha que não consigo explicar bem. É melhor seguirmos com as armas prontas para o combate.”
Andyrium olhou para o nordeste, na direção de Southshore Wastes e viu uma agitação não natural. Em poucos momentos elementais da terra apareceram em seu campo de visão, mas eles eram diferentes, seus corpos tinham uma coloração roxa e uma aparecia cristalina.
-”Aqueles elementais foram marcados...”, ele murmurou em voz baixa.
-”Eles estão vindo na nossa direção?”, Artúria questionou, com a mão no punho da espada.
-”Hmm. O comportamento deles está errático... Mas acho que não. Vamos aproveitar e seguir para o oeste, lá existe uma trilha mais velha que era usada na viagens para o norte.”
Seguindo para o oeste, Andyrium manteve a atenção no nordeste para caso os elementais resolvessem vir em sua direção, mas nada demais ocorreu. Alguma coisa havia acontecido para fazer aqueles elementais se moverem, mas era melhor se manter fora disso por hora. Quanto mais ao norte iam, mais marcados eles encontravam. Mas o estranho é que eles não estavam ativamente atacando. Sua postura dava mais a entender que havia algo acontecendo em seu território e eles estavam se movendo para resolver isso.
Ao longo do caminho, era possível ver algumas explosões vindo do leste. Era claro que alguma espécie de confronto estava acontecendo. Artúria ponderava se devia fazer um desvio e verificar o que estava acontecendo mesmo que isso custasse um tempo precioso da viagem.
-”Aparentemente, o que quer que tenha causado essa comoção toda, veio do norte. Acredito que seria mais produtivo continuar a nossa viagem e se, por acaso, encontrarmos algo, daí investigar. Não podemos perder tempo e arriscar o conhecimento que temos por causa de algum grupo de idiotas que resolveu arrumar briga com os marcados.”, Andyrium tinha um tom de voz sério e estava realmente tentando convencer Artúria a não ir atrás de problemas envolvendo os servos do dragão.
-”Percebi que você é bem firme na sua oposição contra o envolvimento com os marcados...”, Artúria olhou para Andyrium com uma expressão difícil de decifrar.
-”Chame isso de precaução. Os marcados são diferentes dos zumbis de Zhaitan. Há uma diferença maligna neles. O ideal é lutar contra eles apenas quando todas as preparações forem feitas. Caso a sua busca resulte em algo que realmente possa afetar os dragões, esses marcados serão um bom alvo para testar a eficiência das armas.”
Dada a cautela para evitar os marcados e observar a situação, foi necessário reduzir a velocidade da marcha, e com isso Artúria e Andyrium só chegaram a entrada de Fireheart Rise no final da tarde. Na passagem que separava as duas áreas, havia um destacamento de soldados guardando a passagem. Eles tinham o emblema da Lion's Arch em seus uniformes, mas havia algo errado.
-”O que a Lion's Arch está fazendo em um lugar tão desolado?”, as engrenagens na cabeça começaram a girar mais rápido até que ela entendeu.
-”Andyrium, esses soldados fazem parte daquele grupo que eu encontrei em Frostgorge Sound. Se você analisar o emblema deles, tenho certeza que perceberá que é falso.”
-”Nesse caso, devemos esperar e analisar a situação... É o que eu estava pensando mas acho que não temos essa regalia de tempo. Artúria, acredito que seja melhor abrir caminho a força por aqui.”
-”Eu não esperava essa sugestão de você... Qual o motivo?”
-”Nós não temos conhecimento do que exatamente eles estão fazendo aqui, mas imagino que tenha a ver com os ataques aos marcados que temos visto. De qualquer forma, não acho que iremos conseguir passar disfarçados por aqueles guardas. Vamos passar a força e esperar que os marcados levem a culpa por nós.”
-”Talvez nós possamos obter alguma coisa dos soldados... mas precisaremos acabar com eles de qualquer forma.”
- Spoiler:
- Não houve nenhuma preparação. Artúria e Andyrium chegaram com armas em punho e mataram todos os soldados em volta com golpes precisos e letais. Não houve nenhum sobrevivente. Havia cerca de vinte soldados, o que significava que cada um teve de matar dez inimigos. Embora pareça impressionante, para Artúria esse número não era grande coisa, ela só tinha que focar em matar um de cada vez e apenas ter cuidados de desviar dos golpes dos outros. Isso certamente não é algo que qualquer guerreiro consiga fazer, mas para Artúria isso já havia se tornado instintivo. Andyrium por sua vez foi bem menos refinado, ele aparava os golpes com o escudo e desferia investidas furiosas nos pescoços de seus inimigos. Quando sua espada ficou presa no corpo de um dos inimigos derrotados, ele simplesmente passou a usar as suas garras para rasgar as gargantas e fazer o sangue jorrar.
Após o combate, os cadáveres foram investigados e a suspeita fora confirmada: os mortos carregavam os emblemas forjados de Lion's Arch. Artúria achou prudente remover os emblemas para evitar qualquer possível confusão que possa acontecer envolvendo a verdadeira Lion's Arch.
Artúria e Andyrium revistaram o acampamentos dos mortos e encontraram algum suprimentos de curta duração e alguns documentos detalhando as operações na área.
-”Hm.”, bufou Andyrium, ao ver o que estava escrito -”Aparentemente além de ter problemas com os marcados, nossos amigos aqui estão tendo problemas com a Flame Legion. O meus sentimentos são mistos quanto a isso, mas acho que o fato deles terem que lidar com os marcados nos Marches e com a Flame Legion aqui em Fireheart vai ser proveitoso para nós.”
Fireheart Rise está sob o domínio da Flame Legion desde quando eles foram derrotados pelas outras High Legions. No nordeste desta terra de vulcões e poços de piche fica a Flame Citadel, a fortaleza da legião.
Artúria abriu o mapa e começou a analisar -”Existe uma linha reta daqui até a entrada de Frostgorge Sound...”
-”Nós estamos indo um pouco mais para o norte. Há um espécie de lago um pouco mais acima da passagem que leva a Frostgorge. Lá é o nosso primeiro ponto de investigação.”, interrompeu Andyrium, olhando o mapa por cima do ombro de Artúria.
-”Você realmente espera que exista algo ali? Que eu lembre a vila era bem ao norte e bem longe da passagem para Fireheart.”
-”É um palpite, mas eu acho que provavelmente a forja que estamos procurando é bem por aqui. Eu consigo imaginar alguns problemas caso ela não fosse.
Frostgorge é uma terra bem hostil e mesmo debaixo da terra, a temperatura não deve ser das mais elevadas. Além disso, há uma certa dificuldade em fazer forjas dentro das montanhas. Os anões conseguiam fazer isso, mas acho que eles tenham passado seus segredos para os humanos.”
-”Mas ainda temos o problema da distância. Não acho que meus antepassados se dariam ao trabalho de fazer um túnel subterrâneo para uma terra dominada pelos charr só para um lugar melhor para fazer armas.”
-”Talvez não tenham sido seus antepassados. Você havia mencionado que não tinha visto a totalidade da imensidão da vila e que haviam diversos corredores certo? Isso da uma certa sombra de credibilidade para a minha teoria, mas essa parte da distancia também tem me perturbado. Mas acho que é válido investigarmos aqui em Fireheart antes de tentar ir para Frostgorge não?”
Artúria acenou que sim com a cabeça e eles voltaram a caminhar na estrada. Quando chegaram ao posto de comando Tuyere, eles pararam para descansar e tentar conseguir algumas noticias sobre o estado das coisas em Fireheart. Aparentemente um grupo de marcados foi avistado a nordeste dali perto da entrada da cidadela da Flame Legion. Isso era uma boa noticia por que significava que haveria menos legionários patrulhando as áreas e isso automaticamente se traduzia em uma jornada menos cansativa.
Ao mesmo tempo, eles ouviram rumores que um grande destacamento militar estava estacionado perto da entrada de Frostgorge. Andyrium puxou o mapa e começou a traçar uma nova rota.
-”Os rumores falam de pelo menos quatrocentos... Não acho que valha a pena tentar passar por esse contingente. E nem estou considerando um confronto, estaríamos mortos antes mesmo de chegar ao corpo principal. Aparentemente esse destacamento é uma unidade completa.”
-”Rumores tendem a exagerar. Não acha que existe alguma chance de nos esgueirarmos por eles para chegar ao nosso objetivo?”
-”Não Artúria, chamaríamos muito a atenção. Sem contar que a essa altura, é provável que eles já saibam quem você é e podem estar te procurando. Você os fez dar várias voltas.”
-”Não tenho certeza que é apenas um grupo. Pelo menos em Hoelbrak eu tenho quase certeza que os norns que eu enfrentei eram de uma outra facção não relacionada.”
-”Você tem mais inimigos do que eu imaginava. Me lembre de dizer que não te conheço quando perguntarem.”, Andyrium soltou um riso sarcástico antes de voltar a olhar o mapa sob o olhar gélido de Artúria.
-”Hm. Existe uma rota, mas iremos fazer uma volta longa, mas é a que tem mais chance de nos manter no anonimato por mais tempo.”
-”Então você está assumindo que uma hora eles irão nos descobrir.”
-”Estive considerando isso desde o começo.”
- Spoiler:
- Depois de ser certificar que não havia nenhum alarme sob o que havia acontecido aos guardas na entrada de Fireheart, Artúria e Andyrium começaram a seguir para o oeste. A jornada pelo quarry ali próximo se deu sem maiores problemas, mas assim que se aproximaram de Vidius Castrum, a situação começou a ficar mais difícil.
Havia um pequeno grupo de legionários da Flame Legion combatendo as forças da falsa Lion's Arch. Dada a situação, eles não poderiam entrar no local pois seriam involvidos na luta, então eles decidiram dar a volta em torno de Vidius Castrum e seguir pela estrada do outro lado, mas mesmo assim não foi tão simples.
Enquanto cruzaram pelo campo, legionários da Flame Legion atacaram ao ver Andyrium e isso atrasou um pouco a marcha. O grupo inimigo era composto de dois guerreiros, um guardião e dois caçadores. Andyrium avançou sobre a linha de frente enquanto Artúria correu por entre eles, mirando os arqueiros.
Com um movimento veloz de espada, ela aparou as flechas que vinham em sua direção e com um salto curto ela parou na frente de um deles. Um golpe vertical rápido foi o necessário para partir a armadura leve em duas e abrir um rasgo no peito do charr, que caiu no chão e começou a ter leve espasmos enquanto o sangue corria para fora de seu corpo como um rio.
O segundo arqueiro puxou uma faca de combate e saltou na direção de Artúria. Ela desviou com um elegante passo para o lado e desferiu com um golpe horizontal em resposta. O charr agachou e deu uma cambalhota para frente, saindo do alcance de Artúria. Procurando impedir o inimigo de fugir, ela acelerou atrás do alvo. O arqueiro se virou e arremessou algumas facas pequenas na direção de Artúria. Ela foi forçada a parar sua investida para defender pois não tinha tempo para saltar de lado desta vez. Antes que pudesse sair da guarda, ela sentiu uma agulhada em sua perna direita. Com um relance de olho, ela percebeu que havia sido acertada por um flecha. Ignorando a dor, ela procurou o inimigo, mas ele estava abrindo distância enquanto preparava outra flecha.
Aproveitando que a adrenalina amenizava a dor, Artúria correu focando o inimigo. O ferimento lhe causava uma perda de mobilidade considerável, mas ela remediou isso correndo com a espada a frente de seu corpo. As flecha inimiga acabava batendo na espada e caindo no chão ou atingindo o chão diretamente por causa da perturbação que espada causava quando o vento passava por ela. Se o inimigo fosse melhor treinado ou houvesse mais deles essa tática seria inútil, mas dada a situação ela servia como uma boa manobra defensiva. Correr e atirar com um arco não é uma combinação de ações muito eficiente, pois o arco requer que a base do corpo estava firme para conseguir gerar a força necessária para o disparo, por isso quanto mais Artúria se aproximava, mais difícil ficava para seu inimigo atirar, pois o pânico começava a se manifestar.
Com um salto curto e duas passadas longas, Artúria estava novamente perto de seu inimigo. Com uma investida vigorosa, ela cravou sua espada no peito do charr e a soltou. O inimigo tombou enquanto o sangue escorria pelo ferimento e banhava a lâmina. Artúria respirou fundo e sentiu a força escapar das pernas.
Puxando a flecha do ferimento, ela fez uma careta de dor. Graças a armadura a flecha não havia se alocado mais, mas ela ficou surpresa com força que foi necessária para fazer a flecha atravessar a armadura que protegia sua perna. Artúria analisou o projétil a procura de traços de veneno e ficou aliviada ao não encontrar nenhum. Ela aguçou os ouvidos para saber o andamento da batalha, e podia ouvir a luta de Andyrium. Antes que pudesse se mover para ajudar, ela precisa fechar o ferimento. Com destreza ela removeu a armadura e aplicou uma bandagem para estacar o sangue e recolocou a armadura. Ainda havia algum desconforto, mas era o suficiente por hora.
Andyrium já havia matado um dos guerreiros que veio para cima dele confiante demais. O tolo teve seu golpe aparado e uma estacada no peito atravessou sua armadura, pele e ossos. Os outros eram mais cuidadosos e atacavam sempre em turnos. O guerreiro só atacava quando o guardião estava com a arma travada junto da de Andyrium. Esse empate se manteve por um tempo e Andyrium estava começando a perder a paciência. Quando ele pensou em arriscar tomar um golpe do guardião para conseguir avançar sobre o guerreiro, ele viu Artúria investir contra o inimigo desatento e o decapitar. Utilizando-se dessa abertura, ele empurrou o guardião inimigo para trás e começou a golpeá-lo sem descanso até conseguir fazer a defesa inimiga falhar e desferir um golpe no peito do inimigo.
-”Você está perdendo a prática.”, Artúria comentou com um sorriso abafado.
-”Esses dois eram um pouco mais inteligentes que os demais. Aparentemente eles tinham um pouco de treinamento militar.”
-”Isso não é o mínimo esperado de todos os charr?”
-”Das legiões que habitam a cidadela Negra sim, dos legionários da Flame Legião não. Eles sempre foram mais místicos que os demais, por isso é difícil imaginar guerreiros competentes vindo deles.”, Artúria não sabia se isso era fato ou só o escárnio de Andyrium falando.
-”Demoramos muito aqui, vamos partir logo. A última coisa que queremos é que eles foquem em nós.”
-”Esses não vão ser o últimos legionários que vamos encontrar. Mas agora estaremos melhor preparados quando os encontrarmos.”