Ah, então você quer ouvir a história de como eu cheguei aqui?
Pois bem, sente-se e aprecie.
Espero que tenha gostado, se quiser ouvir mais alguma, basta dizer.
Pois bem, sente-se e aprecie.
- Spoiler:
Escuridão.
Quando tomei ciência de onde estava, apenas sentia a escuridão, o vácuo, o vazio. Eu não me recordava quem eu era e nem onde estava. Senti que minha existência flutuava entre a mente e a matéria. Normalmente as pessoas achariam tal idéia medonha, o fato de estar sozinho no meio do nada. Eu achava reconfortante, era solitário, não nego, mas a solidão absoluta era reconfortante. Somado a isso, eu realmente não tinha noção alguma do que ou de quem eu era então isso vazia essa idéia de “nada” bem mais agradável.
Não havia matéria nem espaço, então o conceito de tempo era irrelevante e impossível de quantificar. Mesmo eu sendo alguém com domínio sobre o fluxo do tempo, naquela situação eu seria inútil, pois não “existia” tempo para ser manipulado. Estou sendo muito abstrato? Bom, tente imaginar da seguinte forma: para existir tempo é necessário existir algo no qual ele possa agir. Seja esse algo espaço ou matéria. No vazio em que eu estava nenhuma dessas coisas existia. Vale lembrar que a “consciência” não é algo sobre o qual o tempo possa agir, embora ela seja condicionada a interação com a matéria... Ah, perdoe-me, acabei divagando.
De qualquer modo, em algum momento, eu fui “removido” do vazio. Dei-me conta disso instantaneamente, afinal, sair do “nada” para “alguma coisa” é uma diferença notável. Eu estava flutuando sobre uma câmara. Havia diversos “pods” no chão. Por alguma razão eu estava flutuando. Ao me aproximar delas, percebi que havia pessoas dentro delas, dormindo eu presumi. Havia uma que estava destruída, ao meu aproximar, vi que ela havia sido destruída por alguma coisa poderosa, pois ela estava além da possibilidade de reparo. Todas as câmaras tinham nomes, mas essa em particular estava com a placa nominal raspada. Comecei a ponderar a respeito, afinal, não havia nada melhor a se fazer. Nessa altura, eu tinha noção dos conceitos básicos e das leis físicas que regiam o lugar, mas eu não me recordava do mais importante: quem eu era.
Para me remover da inércia do pensamento, uma porta dupla atrás de mim se abriu. Pela primeira vez percebi que o ambiente que eu estava tinha algumas características peculiares. Embora as “pods” fosse algo saído de uma era de ficção, o ambiente era rústico como um castelo medieval. Isso me fez divagar novamente, mas antes que eu pudesse chegar a alguma decisão, duas figuras se aproximaram da câmara destruída. O que me surpreendeu nisso tudo é que ambos me atravessaram como se eu não estivesse ali. Isso foi um pouco chocante, mas imediatamente entendi que eu possivelmente estava em estado etéreo, então a menos que alguém com alta sensibilidade mística estivesse presente, eu praticamente era invisível. Fora isso, eu não podia interagir com eles, então era como se eu de fato não existisse.
A menor das duas figuras tinha um cabelo espetado e vestia uma roupa comum, com exceção de suas luvas vermelhas com uma pedra amarelada no centro. Ela se aproximou da “pod” destruída e começou a averiguar. Após alguns momentos, ele se virou para a figura mais alta, que trajava uma roupa negra e tinha uma espada negra pendendo da cintura.
-“É inútil Ed-nii... Está destruída além do limite de reparo, a pessoa que estava aqui certamente está morta agora...”
Reparei na forma peculiar com que a figura menor tratou a mais fugira mais alta, para mim os dois eram sombras, então eu não conseguia distinguir seus sexos e nem suas aparências. Antes que eu me aprofundasse nessa questão, a figura mais alta respondeu.
-“Isso é mal Heeiro... Temos como saber quem estava ai?”.
A figura mais baixa, identificada como Heeiro acenou a cabeça positivamente e fez um gesto com a mão. Um console apareceu a sua frente, e ele começou a digitar alguma coisa que eu não tive tempo de ler. Após alguns segundos, consegui reparar que seus movimentos se tornaram pesados, e seu corpo de alguma forma havia sido atingido. Heeiro se virou para a figura mais alta, “Ed-nii”.
-“Era ele...” começou Heeiro.
-“Ele?”. Ed-nii respondeu, pendendo a cabeça para o lado, de uma forma que dava a entender que não sabia de quem se tratava.
-“********”, Heeiro pronunciou um nome, mas eu não consegui entender. Soou-me como um zumbido estranho. Fiquei perplexo com isso. Mas não tive tempo de despender pensamentos a respeito, pois senti que Ed-nii também sofreu o mesmo impacto que Heeiro havia sofrido antes.
Ed-nii abaixou a cabeça e cerrou os punhos, socando uma parede próxima. O soco foi forte o suficiente para fazer toda a estrutura se abalar. No mesmo instante, uma tela apareceu no ar com a imagem de outra pessoa que para mim, também parecia uma sombra.
-“EDWARD! QUE PORRA FOI ESSA!?“, a voz do monitor gritava. Isso me fez notar que “Ed-nii” era uma forma íntima que Heeiro usava para se referir a este Edward.
-“Surlan, deu merda! Eu e o Heeiro viemos investigar o que ouve na câmara das pods, e ao chegar aqui encontramos a câmara do ** destruída!”, a voz de Ed estava envenenada pela raiva.
A pessoa no monitor ficou com uma expressão difícil de ler, eu não conseguia enxergar as feições do rosto, apenas os movimentos dos músculos, então era difícil dizer, mas eu pude perceber que este Surlan travou a mandíbula com força.
-“Descubra quem fez isso... Vou tentar passar a noticia da forma mais sutil possível.”, Edward e Heeiro acenaram positivamente a instrução de Surlan e se dirigiram a saída. Talvez por pura curiosidade, ou por não ter o que fazer nessa forma etérea, fui atrás deles.
Os dois corriam velozmente pelos corredores, às vezes trombando em algumas pessoas. Pude notar que se haviam determinadas pessoas a vista, Edward intencionalmente trombava nelas e passa suas mãos na área peitoral e nas nádegas delas. Isso me fez ponderar qual era a intenção dessa ação, eu podia perceber que Heeiro fazia uma expressão que podia ser ligada a desgosto, enquanto Edward apenas demonstrava um sorriso no mínimo malicioso.
Após alguns encontrões e mais algumas curvas em corredores sombrios, finalmente os dois estavam do lado de fora. Tomei essa oportunidade para observar de onde tinham vindo. Era uma estrutura que assemelhava a um castelo, mas havia alguns toques de uma tecnologia que não condizia com o cenário. O cenário onde esse “tecno castelo” estava era uma planície de frente para uma imensa falha geológica. Para mim, tudo era cinza e triste, mas presumi que havia alguma cor nisso tudo, pois eu conseguia sentir incontáveis formas de vida ao redor. Enquanto eu observava o ambiente a minha volta, Heeiro fez algo com suas mãos e suas luvas começaram a pegar fogo, e a joia amarelada ao centro delas brilhou com força. De suas mãos jatos de fogo emergiram, e o ele foi lançado ao ar. Edward ficou um tempo parado, mas após alguns segundos, asas feitas de sombra emergiram de sua armadura, e ele também tomou os céus. Como eu não tinha forma, acompanha-los no céu não se mostrou difícil. Me mantive perto deles para ouvir sobre o que conversavam.
Heeiro havia detectado um rastro que ia do castelo até a fenda, e como a energia não pertencia a ninguém que ele conhecia, havia uma boa chance de ser do culpado. Edward expressou sua preocupação com o “como” o culpado entrou no castelo sem ser percebido e conseguiu entrar na câmara, lugar que só os membros de maior autoridade podiam entrar.
Heeiro e Edward foram discutindo isso enquanto voavam. Ao chegar na fenda, eles reduziram altitude e aterrissaram. Heeiro começou a procurar vestígios do traço de poder que havia guiado eles até ali, enquanto Edward se aproximou da fenda. Eu já estava flutuando na fenda havia algum tempo enquanto os observava. Olhei para o fundo da fenda e percebi que era um abismo muito profundo. Como se estivesse lendo meus pensamentos, Edward murmurou o nome do lugar: O abismo da Existência, que levava ao Mar das Almas. Devo admitir que o nome me soou poético, mas percebi a expressão de Edward se contorcer em uma careta ao pronunciar o nome.
Enquanto aguardávamos o resultado do que quer que fosse que Heeiro estava fazendo, senti o ambiente tremer. E se foi forte para fazer o ambiente etéreo tremer, com certeza foi forte o suficiente para rachar um planeta ao meio no plano material. Tornei meus olhos para Edward e Heeiro, ambos estavam no ar novamente. Olhando para o abismo. Naquele momento, me veio um pensamento engraçado, se você olha para o abismo, o abismo olha para você. Ou algo nessas linhas.
O abismo continuou a tremer, e senti uma enorme existência se levantar dele. Vi a forma de um réptil alado sair das profundezas do abismo e pousar na borda da falha, de frente a Edward e Heeiro.
Ambos ficaram atônitos, Heeiro foi o primeiro a falar algo: -“Um dragão abissal...”, pude sentir o medo presente na voz dele. Aquela coisa irradiava mais poder que os dois juntos. Imaginei que de fato, fosse algo a ser temido. Entretanto, para minha surpresa, os dois não fugiram. As mãos de Heeiro foram cobertas por uma chama alaranjada altamente pura que saia de seus punhos e facilmente passava a altura de sua cabeça. De alguma forma, eu sabia que aquela chama era uma chama alimentada pela força de vontade. O pensamento de vingança me veio a mente, afinal, a vingança é uma das coisas que mais fortalece a mente uma pessoa. Edward, do outro lado, sacou sua espada negra. A partir da espada, pude ver uma aura sombria envolver todo o corpo de Edward. Pensei em espíritos sombrios, mas me espantava que alguém era capaz de controla-los. E envolta de Edward não havia um ou dois, mas uma legião de espíritos sombrios. Era uma força poderosa. Mas mesmo assim... Aquele dragão abissal emitia mais poder que ambos.
O dragão parecia não estar dando muita importância para eles, e apenas começou a andar na direção do castelo de onde Edward e Heeiro saíram. Os dois aproveitaram essa chance e executaram um ataque conjunto na face do dragão, forçando-o ao chão. O dragão levantou-se enfurecido e começou a lutar com eles. Eu estava apenas observando a luta de longe, mas já sabia qual seria o resultado. Eles lutariam bravamente, mas iriam morrer. Esse era o resultado final e absoluto.
Meio que para negar minhas ideias, mais quatro pessoas vieram voando da direção do castelo. Uma delas era pequena e carregava duas imensas clavas nas costas. Ela chegou nos arredores e já se lançou contra o dragão, efetivamente o arremessando para longe com um golpe duplo em seu peito. Era de estatura pequena, mas eu podia sentir um enorme poder emanando dela. Após golpear o dragão, ela pousou, ergueu as clavas ao ar e gritou: “THAY ESMAGA!”. Fiquei alguns segundos parados observando aquilo, beirava o cômico, mas tinha alguns traços de epicidade.
Outras duas sombras se aproximaram. Uma jovem de cabelos castanhos que rapidamente se tornaram vermelhos, um jovem com uma imensa espada larga nas costas e com olhar que denotava confiança. Heeiro se virou para os recém-chegados e murmurou: “Carol... Zunão...”.
Mais uma sombra se aproximou pelo ar, era um jovem de cabelos escuros e vestimentas negras, carregando duas espadas, uma negra e uma branca. A essa altura, eu estava imaginando por que eu conseguia ver as cores nessas pessoas, e não no resto do mundo. Ouvi Edward grasnas ao ultimo jovem que chegou: “Kenji, por que demorou tanto para reunir o pessoal?”.
O jovem com duas espadas devolveu a expressão insatisfeita de Edward com sua própria –“Tive de ajudar o Surlan a organizar os demais membros, não podíamos vir todos aqui e deixar a nossa casa desprotegida.”
O dragão finalmente se levantou, e dessa vez dava indicações que estava furioso. A aura que estava emitindo mais que dobrou. Para minha surpresa, os quatro recém-chegados também eram bem poderosos. E se eles trabalhassem em conjunto com Edward e Heeiro, havia uma boa chance deles subjugarem o dragão, mas ainda seria uma batalha difícil.
Antes que eu pudesse sequer sentir alívio por aquele grupo, o plano etéreo tremeu novamente e mais um dragão emergiu do abismo. Eu pude ver a esperança minguar no rosto dos jovens, mas mesmo assim, eles se mantiveram em formação e começaram a combater as feras abissais.
Ouvi a jovem que seguia pelo nome de Carol gritar: “Aguentem firmes! Logo mais teremos reforços do resto do pessoal, eles já devem ter percebido que o segundo dragão apareceu!”.
Ponderei por um momento, não seria mais adequado recuar até se encontrar com os demais membros? Seria mais inteligente.
Foi nesse instante, que ouvi uma voz: -”Ara, mas se eles fizessem isso, não seria o grupo de loucos que você conhece. Lutas sobre condições impossíveis e vencer é o lema deles.”.
Virei-me para minha interlocutora. Ela era uma garota jovem, de cabelos verdes e olhos dourados. Diferentemente das outras pessoas, eu conseguia ver claramente esta jovem. Presumi que ela, assim como eu, também estava no plano etéreo. Mas outra me chamou atenção. Ela disse que eu os conhecia. Ao ver minha falta de resposta, a jovem de olhos dourados continuou: “Não só você os conhece como também é um daqueles loucos mesmo sem chance de vencer.”.
Ri daquilo. Eu? Lutar sobre condições impossíveis. Tolice. Eu nem mesmo tenho lembranças da minha vida antes do vazio, quem dirá de batalhas insanas como essa. Ri de forma sarcástica do comentário da jovem. Enquanto isso, a situação dos jovens estava problemática. Eles haviam se dividido em grupos e estavam lutando com os dois dragões simultaneamente. Era uma ação condenada a fracassar. Entretanto, a maneira como eles lutavam me fazia sentir simpatia por eles. Aquilo me soava diferente.
A garota de olhos dourados reparou em minha reação e disse: Se quiser ajuda-los, basta apontar para um dos dragões e dizer “Invocação do Relâmpago”. O céu está tempestuoso hoje, então os raios irão lhe responder.
Resolvi tentar esse movimento. Apontei minha mão espectral e falei sem muita vontade: “Invocação do Relâmpago!”. Da palma de minha mão, um raio cortou os céus e atingiu o chifre de um dos dragão, mas não o incomodou muito.
Olhei para minha mão e então, faíscas de memórias começaram a aparecer em minha mente. Após uma série rápida de recordações, um sorriso malicioso apareceu em meu rosto. “Não é assim que é feito... Existe um método melhor.”, eu disse. Então eu fechei minha mão em um punho, e a ergui para os céus, com o dedo indicador apontando para cima. E comecei a entonar:
“Em nome de Stratos, supremo senhor dos céus! Aquele que trás as tempestades e move o firmamento! Eu convoco a cólera dos raios e do vento! Desça sobre meus oponentes e os castigue com a raiva dos deuses antigos! QUE O MASSACRE DOS RELÂMPAGOS DA TEMPESTADE DE JUPITER CAIA SOBRE VOCÊ!”.
Os céus rugiram ao meu comando, e incontáveis raios caíram do céu sobre os dragões, forçando-os ao chão e causando dano massivo. Os jovens que combatiam os dragões ficaram perplexos.
A jovem de olhos dourados sorriu e falou: -”Impressionante. Essa invocação de magia realmente danificou os dragões.”.
Eu a olhei com o canto do olho, agora tudo estava claro: “Chega dessa farsa Al. Essa foi apenas uma magia simples. Normalmente eu a faria sem recitar, mas eu tinha memória dela, como agora tenho.”. Sim, a garota era Al Azif, mais conhecida como grimório Necronomicon. Meu grimório.
A garota sorriu: -”É bom tê-lo de volta mestre. Se lembra de como voltar ao plano material?”.
Hmph, que pergunta tola. Eu não me dignei a responder, apenas abri minha mão e comecei a entoar:
“Eu sou aquele que vive além do abismo.”
“Trevas e luz me foram dadas.”
“Tempo e espaço por mim foram dominados.”
“Além das lendas, acima dos fatos, eu sou a lei da ruina.”
“Que a cor obsidiana de minha armadura lembre a todos que me opuserem da ruina que carrego comigo.”
“E agora, que o castelo do crepúsculo se manifeste!”
Ao terminar meu encantamento, os céus se abriram. O céu estava vermelho, e uma lua azul brilhava ao lado de um sol negro. Entre os dois, um imenso castelo flutuava. Tanto os dragões como os jovens pararam de lutar e observavam a construção. Do castelo, um raio opaco saiu e atingiu o chão, em frente aos jovens. Minha armadura negra me aguardava. Mergulhei dos céus, com Al ao meu lado. Minha essência se tornou uma flecha que adentrou a armadura. Agora eu estava novamente no mundo material. Meu fiel grimório flutuava ao meu redor na forma de uma pequena fada.
Por um momento, o silêncio tomou conta do cenário. A jovem de cabelos vermelhos, minha irmã mais nova, Carolina, foi a primeira a falar: “Nii-san?”.
Antes que eu pudesse responder, Edward disse em seguida: “Há, e quem mais seria? Quem SEMPRE deixa para aparecer na última hora e da forma mais eu-quero-me-sentir-épico?”.
As expressões de todos se transformaram em gargalhadas. Até que respondi: “A parte de aparecer na última hora era desnecessária Ed. Eu estava no mundo etéreo até agora.”.
A me ver falar pela primeira vez, um dos dragões se contorceu e falou, ou melhor dizendo, grunhiu: “COMO!? COMO VOCÊ ESTÁ AQUI! TIVEMOS CERTEZA DE DESTRUIR SEU CORPO!”.
Embora não fosse possível ver por causa do meu elmo, eu sorri: “Tolo. Mesmo que meu corpo morra, mesmo que minha alma seja despedaçada, enquanto o castelo do crepúsculo existir, eu existirei. Enquanto eu existir, o castelo do crepúsculo existirá. Sem mencionar que, aquele tecno-castelo ali atrás já garante que a existência dos membros é eterna. Então o que vocês fizeram já era inútil desde o começo.”.
Carolina fez uma expressão perplexa: “Não imaginei que realmente fosse funcionar.”. Eu até poderia explicar a ela que quem me trouxe de volta foi Al, minha serva e companheira, mas achei melhor não falar nada. Ao invés disso, olhei para os dragões e disse: “Bom, agora que estou de volta, vocês podem sumir. Carol, você e os demais cuidam daquele que saiu por ultimo do abismo. Eu cuido desse aqui. Não sei como ele destruiu a pod onde estava meu corpo, e realmente não faz diferença, mas tenho que acertar o score.”. Carolina me respondeu apenas acenando a cabeça positivamente e se moveu para engajar o outro dragão. Edward e os demais também foram, mas não sem antes dizer “Você não manda na gente”. Tanto faz, eu pensei.
Caminhei na direção do dragão e indaguei o monstro: -“Então, como você quer sumir? Posso mata-lo através de armas, evapora-lo através de magia ou simplesmente apagar sua existência. Escolha.”.
O dragão rugiu e veio para cima de mim. Eu apenas esperei de braços cruzados. Ele tentou me golpear com sua garra, mas ela foi parada no ar pela minha barreira mágica, Rho Aias. Eu respondi a ação do dragão com uma voz cheia de malicia: “Apagarei sua existência então. Al, venha.”.
A fada de cabelos verdes apareceu em minha frente e se transformou em um livro. Eu abri o livro e falei apenas uma frase: “Busca pelos Akashic Records... Apagar.”.
As páginas de Al passaram uma após a outra, até que elas pararam em uma página especifica, em um arquivo especifico que era o arquivo que continha a existência do dragão que eu estava enfrentando. Vi os olhos da fera arregalarem. Pude sentir o medo neles. Com uma passagem de dedo, apaguei o arquivo das páginas de Al. E então, como se nunca tivesse estado lá, o dragão sumiu. Fechei meu grimório, que prontamente voltou a sua forma de fada, e olhei para meus amigos. Eles haviam banido o dragão de volta para o abismo com ferimentos suficientes para ele não querer voltar.
Espero que tenha gostado, se quiser ouvir mais alguma, basta dizer.